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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 

ABELARDO PIRES

( BRASIL  -  PARÁ )

Abelardo de Gomes Pires, Filho de Mozart de Souza Pires e Sophia de Miranda Pires,
nasceu em Belém, Estado do Pará, vindo para o Rio de Janeiro com 3 anos de idade.
Economista, tenho do título de “Master of Science”, professor de diversas universidades e funcionário aposentado (em 1983) do Banco Central. Trabalhou depois na Fundação Habitacional do Exército (FHE).
De seus pais herdou a veia poética, não se prendendo a nenhum estilo literário, o que  não tira, em absoluto, o valor de seus versos.

 

MÃE (Antologia). Capa: Sônia Gonçalves Dias. Brasília. DF: Casa do Poeta Brasileiro    (POÉBRAS)  Seção Brasília, 1983. 200 p.  
Ex. doação do livreiro Brito, Brasília, DF

 

 VOVÓ

Por fidelidade à causa do amor
Ela em legítima defesa de seus netos
Resolveu continuar na luta leonina
Do dia-a-dia.

A adversidade não a intimidou
Mesmo porque sua elevação de espírito é imperturbável.

Tomada de coragem, portando-se com valentia
Não admitiu aceitar qualquer condição
Imposta pela doença. Forte é o seu coração agradecido.
Gastava todas reservas de saúde
No exercício voluntário da mortificação e penitência
Renunciando livremente  a tudo que desejava
Até ontem com tanto ardor.
Consagrava-se, sem saber, como a heroína
Que velhos guerreiros cantavam em versos e prosas.

O passado só tem sentido quando o presente
Ainda é feito de ambições e sonhos
E a sua infância voltou através do sorriso
Desses entes queridos e adorados
Responsáveis pelo milagre da vida.

E os filhos de sua filha, seus netos,
No vigor de soldados modelares
Há pouco se despediram das lides acadêmicas
E, iguais a Ela, cultivaram o estranho gostos dos desafios
E o enorme entusiasmo pelas nobres profissões.

Esquecia de sua aparência física
Ela que já foi formosa e bela
Uma vez que o brilho de seus olhos
Reflete a beleza moral de seus princípios.

Com a desenvoltura de quem se considera acima de tudo
Não poupava as lágrimas nas enternecidas homenagens
Àquele netinhos preparados para as grandes batalhas
E suas lágrimas de saudades, na fome dos horizontes
Amanheceram... e viveram juntas à deliciosa aventura
De acompanhar, como coração palpitante
Os semeadores de bons momentos

Enquanto, em silencioso sacrifício, esperava dias difíceis
Aguardando o momento certo da gratidão.

 

DADÁ
MÃE VERDADEIRA!


        “Jasmim branco, pripioca, dão valor à curiboca”.
Zé bode arrepiado, fez uma vez atchim!
Foi tomar banho gelado, nas unhas do se Mundinho”.

Pereira pau que não cheira,
Lima que corta as línguas das faladeiras,
Amélia, mulher paraíba “gente finas”.
Mulata esbelta, corpo saudável e sempre perfumado.
Haja pó-de-arroz por todo lado.
Presa aos “meninos” por laços eternos de amor e fidelidade,
Afeiçoou-se, de tal modo, que deu a própria vida
Pela missão sublime que abraçou.

Sua saúde era fazer inveja a todos.
Quando a “cumadre Sophia” deixou o mundo terreno,
Para junto da Deus descansar,
Legou-lhe pesada missão... comadre Amélia ... cuide
de meus filhos,
Eles vão precisar de você,
Chegou a minha hora, até breve! ...

E assim, com as lágrimas da despedida,
Entendeu sua árdua tarefa...
Dar amor ... dedicar-se ... nada receber em troca ...
E viu seus sonhos se modificarem,
(Namoros, casamentos, ... meras ilusões),
Não se afastando jamais de perto.
Em defesa dos meninos, de certa feita,
Mostrou que “paraíba” não tem medo de cara feia.
E vingou-se de um “cascudo” inocente,
Derrubando o algoz, tirando-lhe a coragem,
Para sempre. A fera tinha defendido suas crias.

E o tempo foi passando,
Ela envelhecendo, os meninos crescendo,
À medida que um casava, ela ficava com o solteiro,
Mas a menina levou-a para São Paulo,
e chamava-lhe ternamente de  mami.

Era gostoso ouví-la dizer:
“Du vi ... d ... o ...dó,
Macaxeira mocotó,
Nega velha é tua vó”.

Velha danada! Termo carinhoso,
Que seu nobre amigo lhe dava,
Servia para lhe despertar,
De seus sonhos terrenos.

Mami, Dada, Velha Danada, Amélia,
Uma só, grande amor e alegria a distribuir,
Amélia! Já vamos ... voltamos logo ...
Podem sair ... as crianças estão dormindo,
Se acordarem, leite elas tomarão,
Quando voltarem, não esqueçam os charutos,
os meus estão acabando.

Na cadeira  sentada, tranquila ficou,
O sono eterno a levou,
Duas lágrimas deixou.

E junto dos anjos está rindo,
A contar histórias, feliz, de fazer naná.
E nunca mais foi preciso,
Sua voz acalmar ... podem ir ... eu fico.
Uma tarde e ela não pôde ficar,
“Cumpadre Sophia” estava a lhe esperar.

 


MÊS DE MARIA

Aquela chuva preguiçosa
que se arrastara
semana “a fio”
cessara numa tarde
domingueira
o sol manhoso surgiu
faceiro
introduzindo-se na paisagem
modelando com seus raios
de ouro
os primeiros dias de maio.

O céu trouxe o sorriso
da mãe sublime de Cristo
dando fé, alento e coragem
aos corações fortes
ansiosos para a prece
à virgem pura
mão de Jesus!

*

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Página publicada em setembro de 2023    


 


 

 

 
 
 
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